Essa é umas das perguntas mais comuns no consultório. Quando surge, primeiramente tento entender o que a pessoa quer dizer quando diz forte.
E o que percebo?
Muitas vezes, ela está comparando números. Não podemos comparar os números referentes a dosagens de substâncias diferentes. Essa comparação não cabe, pois as substâncias possuem suas próprias propriedades farmacológicas.
Também é comum que se compare a dose que se toma com a dose de outra pessoa que toma o mesmo medicamento. Mas essa comparacção também não cabe. Cada pessoa é um organismo singular, e a interação entre organismo e substância obedece a essa individualidade.
Em momentos de ajuste de dose, também essa pergunta aparece: "Aumentar? Mas já não está forte?". Em muitos casos, para conseguirmos a remissão total dos sintomas, é preciso alguns ajustes (subida de dose). Não é questão de força, mas de ajuste para encontrar a dose adequada àquele paciente naquele momento.
Então:
Não existe remédio forte ou fraco.
O que existe é medicamento adequado ou não, aàquela pessoa, naquele momento.
O que precisa ser forte eé a relação meédico-paciente e o viínculo de confiança entre médico e paciente.
Para isso:
Perguntem! Não saiam da consulta com dúvidas. Perguntem quantas vezes forem necessárias para seu entendimento. Assim, seu tratamento tem maiores chances de correr bem.
Yasmin Fortaleza
Psiquiatra e psicoterapeuta
CRMCE 16144
RQE 10822
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